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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

NOVO TEMPO: O ADVENTO


1º Domingo do Advento - B

Por: Padre Wagner Augusto Portugal
A vós, meu Deus, elevo a minha alma. Confio em vós, que eu não seja envergonhado! Não se riam de mim meus inimigos, pois não será desiludido quem em vós espera"(cf. Sl 24,1-3).

Irmãos e Irmãs,

Iniciamos o Tempo do Advento. Depois de refletirmos o tempo comum, coroado com a festa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, é chegado o doce momento da reflexão acerca deste tempo que é a antecipação do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Advento, tempo de espera e de esperança, de atenção e de vigilância, de alegre chegada e amorosa acolhida do Deus Conosco, o Emanuel.

As santas comemorações natalinas são preparadas pelo tempo do Advento, o qual se reveste de dupla característica: tempo de preparação para as solenidades do Natal, nas quais se recorda a primeira vinda do Filho de Deus ao meio dos homens e das mulheres; e concomitantemente, tempo em que, com esta recordação, os espíritos se dirigem para a expectativa da Segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Nesta dupla perspectiva, o tempo do Advento apresenta-se como tempo de devota e jubilosa espera.

Advento é um tempo forte de esperança e de conversão. Conversão e mudança de vida geram um sentimento muito caro na nossa vida: a esperança cristã. Este Advento é enriquecido com duas opções muito fortes na vida da Igreja no Brasil: a Novena de Natal e a coleta para a Campanha da Evangelização que financia a vida pastoral das nossas Igrejas irmãs pobres e sofredoras do Norte, do Nordeste e da Amazônia, e auxilia a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e as Dioceses e Arquidioceses nas suas ações pastorais específicas. Estes irmãos aguardam o nosso gesto concreto para que o Evangelho do Deus Menino seja proclamado e difundido naquelas regiões de missão e de miséria deste país continente.

O Advento é composto de quatro semanas: nas duas primeiras semanas, todos somos convidados a ficar vigilantes e alertas, esperando com grande entusiasmo e alegria a chegada gloriosa do Cristo Salvador. Já nas duas últimas semanas, lembrando o que falavam os profetas a respeito da Bem Aventurada Virgem Maria, preparemos, mais de perto o nascimento do Redentor na cidade de Belém.

O Advento nos faz relembrar de uma realidade muito presente em nossas vidas: a permanente espera da vinda do Senhor Jesus. É o Cristo que vem ao nosso encontro no presente e no futuro, como veio no dia de ontem, que é o passado. É uma peregrinação em direção ao Absoluto. Por isso, com o novo ano litúrgico, vamos estudar o Evangelho de São Marcos. São Marcos nos apresenta Jesus como Messias, o Filho de Deus e também como o Filho do Homem, o enviado de Deus no fim dos tempos, convidando a todos para a vigilância e para a vida digna.

Todos esperamos, todos vivemos adventos, aguardando a manifestação cada vez mais visível do Reino de Deus, em que Justiça e paz se abracem e todos os povos e culturas desabrochem felizes e reconciliados contemplando o Deus que vem conosco, EMANUEL, NUMA TERRA SEM MALES, que a todos acolha, especialmente aqueles que precisam de paz para viver na fraternidade de irmãos.

Irmãos e Irmãs,

Primeiro domingo do Advento, tempo em que exclama a Antífona de Entrada da Sagrada Eucaristia: “A vós, meu Deus, elevo a minha alma. Confio em vós, que eu não seja envergonhado! Não se riam de mim meus inimigos, pois não será desiludido quem em vós espera”. (Cf. Sl 23,1ss.)

Vivemos um momento de clímax neste tempo de Advento. Neste domingo, o primeiro de quatro, temos uma convocação para uma preparação geral para o encontro com o Senhor no último dia. Este é o domingo da confiança na Misericórdia de Deus. A vinda do Senhor Jesus não é para o cristão motivo de medo ou de angústia. Muito pelo contrário, a vinda de Jesus deve ser esperada com doce esperança cristã. Nesse sentido a primeira leitura(cf. Is 63,16b-17.19b;64,2b-7) nos alerta sobre este desejo clamando que, se necessário, iremos rasgar os céus, para o encontro do Senhor com o seu povo que humilhado, povo que peregrina, povo que está na terra de Judá, desarticulado nos anos imediatamente subseqüentes ao exílio, esperando a restauração de sua Nação. Todos estão cansados do castigo, e digo mais, todos estão cansados de injustiça, clamando por paz e por esperança. O encontro definitivo com o Senhor está próximo. Que Deus se mostre com poder e misericórdia. Provocação poética do amor paterno de Deus por sua criatura – Judá depois do Exílio, socialmente agitado e politicamente dependente. O povo, na sua desolação, reconhece o seu pecado, mas confia, embora fraco como um vaso, naquele que o modelou.  Isso tem uma conexão com o ensinamento da Segunda Leitura(cf. 1Cor 1,3-9), da carta dirigida por Paulo aos Coríntios: a tudo devemos dar graças a Deus e nos mantermos firmes na fidelidade ao projeto de Deus e à sua obra redentora. A ação de graças pela confirmação dos coríntios na fé, prova de que Deus é fiel. Que os cristãos o sejam também: irrepreensíveis, com vistas à vinda do Senhor, que se espera para breve. Constante crescimento na comunhão com Cristo, com vistas à sua plena manifestação.

Irmãos e Irmãs,

Cristo veio inaugurar a presença do Reino de Deus, e seus discípulos, iluminados pelo Espírito de Pentecostes, entenderam que, depois de sua elevação na glória, ficava para eles a missão de continuar o que ele fundara. Todos nós ao sermos convidados a ficar vigilantes, pelo Evangelho de hoje(cf. Mc 13,33-37), somos convidados, a sermos co-responsáveis com a realização e o acontecimento entre nós do Reino de Deus. Cristo veio pela primeira vez, para nos revelar o sentido verdadeiro do esperado Reino de Deus: revelou que a causa do Reino de Deus é a causa dos homens e das mulheres deste mundo, e que o Reino de Deus se realiza entre nós pela prática do amor fraterno e da caridade benfazeja, repartindo tudo, mesmo que seja um simples sorriso e um aperto de mão ao irmão excluído ou ao favelado.

Por isso, com a ausência de Cristo todos nós, sem distinção, devemos assumir como nossa a causa de Deus: trata-se de uma vigilância escatológica, ou seja, estarmos ocupados, com diligência, com o Reino que Cristo mostrou presente, enquanto vivemos preparando-nos para o encontro com Ele, com a glória, advinda das boas obras de caridade e da misericórdia.

O trecho do Evangelho de hoje faz um forte apelo para a vigilância. O que significa vigiar? Esta história de que temos que esperar uma solução miraculosa para os problemas do mundo não é mais admissível. O homem e a mulher devem estar engajados na realização dos projetos e do Reino de Deus na vida concreta do dia a dia. Jesus está vivo em nosso meio, até o fim dos tempos, por isso devemos interpretar a “volta de Cristo” como sendo um fato isolado que acontecerá num dia e numa hora específicos do calendário que a Ele caberá dentro  do tempo de Deus.

O importante hoje é a responsabilidade que Deus nos deixou: fazer acontecer o seu Reino no dia a dia de nossa vida pessoal, paroquial, comunitária, em todas as nossas relações, pessoais e profissionais, praticando a paz e a justiça. Cristo resolverá nossos problemas na medida em que nós deixarmos o Cristo que está em cada um, pelo Batismo, agir na comunicação das bem-aventuranças da vida cristã. Tudo isso para ajudar a edificar, aqui e agora, um novo tempo, tempo de graça e de paz.

Meus irmãos,

Este domingo nos deixa uma reflexão importante sobre a presença permanente de Deus como sentido último de nossa existência e atuação em cada momento, principalmente no testemunho público e social de nossa fé perante o mundo cada dia mais secularizado e mais longe da santidade que é pedida pelo Menino encarnado no Seio Virginal e concebido em Belém. Presença que é alegria e esperança, da presença deste Deus que se alegra com nosso compromisso evangelizador e nosso engajamento no encontro com o Senhor que vem, carregando as sementes da Esperança cristã.

Advento é isso, tempo de espera, mas tempo de revisão de vida, em que as coisas velhas vão dando espaço para as coisas novas para acontecer aqui e agora o Reino de Deus. Todos somos convidados a enxergar a situação que nos rodeia e acreditar que é possível resolver nossos problemas sempre contando com a graça e o auxílio de Deus Menino, o Divino Infante.

Que a liturgia inaugural do tempo do Advento contamine nossos corações com o “gram finale” da Liturgia Eucarística: “amar desde agora as coisas do céu, e caminhando entre as coisas que passam, abraçar as que não passam”. Tudo passa, só Cristo permanece, pelos séculos dos séculos, Amém!

DIRETORIO DOS SACRAMENTOS ARQUIDIOCESE DE CASCAVEL - CATEQUESE




Em breve comentários a respeito do novo Diretório de Sacramentos da Arquidiocese de Cascavel


NOVA FORMAÇÃO PARA CATEQUISTAS DOCUMENTO ROSA2 001
















Mistagogia: novo caminho formativo de catequistas



O que está em jogo é o processo formativo do povo, no âmbito catequético. O Sulão da Catequese faz parte desse processo, agora com o tema "Mistagogia: novo caminho formativo de catequistas". A motivação principal é o encontro com o Senhor, o "ver o Senhor". É o aspecto do mistério dentro da Iniciação à Vida Cristã, para levar o catequizando a encontrar Jesus nos dados do patrimônio da fé que lhe são oferecidos.
A nossa reflexão deve preocupar-se muito com os ambientes motivadores da catequese, como a família e a comunidade cristã. Na roupagem e moldes da nova cultura, marcada de muito individualismo, uma catequese que consiga tocar os corações e as mentes dos interlocutores, dos catequizandos. Por isto, uma catequese com perspectiva cristológico-bíblica, com testemunho e que mostre a grandeza de Deus.
A realidade moderna exige formação dos catequistas para que saibam ler os desafios da cultura, reconheçam e anunciem Cristo com todas as suas exigências. Cada catequista deve se sentir chamado por Jesus e dar sua resposta de discípulo. Ele é mistagogo quando tem experiência do mistério com profundidade, quando consegue mergulhar-se nele. Isto supõe participação comunitária na fé e vivência dos sacramentos, dando dimensão missionária, profética e testemunhal.
O catequista mistagogo é aquela pessoa que reconhece o Mestre Jesus e se declara disposto a seguir os seus ensinamentos. Sente-se chamado por Deus e faz profunda experiência de Jesus Cristo. Ele testemunha sua fé na comunidade cristã, busca ter equilíbrio, capacidade de relacionamento com todos e consegue contagiar aqueles com quem convive. Com tudo isto, ele é interlocutor da fé, que ajuda os catequizandos na maturação de fé.



Por fim, o catequista mistagogo tem uma espiritualidade envolvente. Tem uma cumplicidade com Deus, sendo seu porta-voz. Tem experiência de intimidade com Deus na oração, na participação litúrgica, na leitura orante da Palavra de Deus, no seguimento de Jesus Cristo e na formação de comunidades cristãs. Ele, na oração e contemplação, procura ver a realidade, isto é, a vida com os olhos de Deus.

Dom Paulo Mendes Peixoto - Bispo Diocesano.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

RENOVAÇÃO PAROQUIAL: POR UMA PARÓQUIA MISSIONÁRIA - COMUNIDADE DE COMUNIDADES



ESTE TEMA, não só escolhido para a Assembleia Arquidiocesana de Cascavel, mas vem de encontro ao anseio do Regional Sul II, que opta, de 2011 a 2015, por 
RENOVAÇÃO PAROQUIAL: POR UMA PARÓQUIA DISCÍPULA, MISSIONÁRIA E PROFÉTICA.




No processo de renovação paroquial tendo em vista a ação missionária, somos conclamados a criar uma rede de comunidades, que sejam casa e escola de comunhão, anunciadores da boa nova e promotoras da justiça e da solidariedade (DGAE 2011-2015).


A Catequese, motivada e confiante no processo contínuo de formação, busca, através da Mistagogia o encontro com a Palavra e com a Liturgia Eucarística. Jesus Cristo é o motivo de toda missão.
Para trabalhar na messe, além do encontro com o Mestre, exige tempo, dedicação e não "fogo de palha". É fogo do Espírito Santo que arde nos corações, é a unção do Espirito Santo queque fortalece homens e mulheres de nosso tempo para "evangelizar os pobres ...para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e proclamar um ano da graça do Senhor" (Cf Lc 4,18-19).



As orientações para a formação inicial de catequistas do Regional Sul II rezam a necessidade de
apoio ao candidato a catequista
pois estes deverão encontrar na comunidade uma razão convincente para querer continuar no caminho recém iniciado.

O padre José Carlos, assessor da Assembleia Formativa, deixa claro que:
sem formação não há avanços!!
A base para estudos atuais sobre a atuação da Igreja missionária no mundo é:
  • DOCUMENTO DE APARECIDA
  • PROJETO DE EVANGELIZAÇÃO: O BRASIL NA MISSÃO CONTINENTAL
  • DGAE 2011-2015

DESSES DOCUMENTOS surgem, com reflexões, os planos de pastoral arquidiocesano e o paroquial.
Tem-se métodos para a renovação das estruturas:
  1. método teórico: a formação
  2. método prático: ação - ver,julgar,agir.
  3. método espiritual: oração, leitura orante da Palavra de Deus.



    27/09/2011, por "Pe. Vagner José Raitz"

    Mistagogia do espaço celebrativo


       Este foi o tema evidenciado no Encontro de Liturgia do Regional Sul II nos dias 5 a 7 de julho. O encontro foi realizado em Maringá e contou com a assessoria da Irmã Laide Sonda - Pia Discípula do Divino Mestre. A partir das reflexões pudemos responder à seguinte questão: Os espaços celebrativos de que dispomos nos ajudam a celebrar o Mistério da morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo?

       De antemão precisamos ter claro que o espaço celebrativo não pode simplesmente adaptar-se às vaidades e gostos pessoais de alguns. Existem orientações precisas da Igreja sobre os elementos essenciais do espaço litúrgico e a disposição dos mesmos a fim de que os celebrantes sejam conduzidos ao Mistério (Mistagogia), o que não pode ser confundido com enfeites ou adornos que pareçam bonitos aos olhos.

       A igreja (templo) precisa refletir a Igreja (comunidade dos fiéis). O edifício igreja edifica a Igreja. O espaço deve conduzir à comunhão, à partilha, a fim de que todos se sintam verdadeiramente membros do corpo místico de Cristo.

       Passemos para algumas questões práticas tendo diante dos olhos as nossas capelas e lugares de celebração.

      Quando nos dirigimos à igreja, devemos lembrar que somos caminheiros para a casa do Pai, somos peregrinos. O trajeto que nos conduz à igreja deve ser um espaço de preparação. É de grande valia um átrio amplo nas igrejas, um jardim com imagens, um espaço para que os fiéis conversem, cumprimentem-se. Antes de comungar o corpo e o sangue de Cristo comunguem a vida uns dos outros, as alegrias e angústias. Desde o início da Igreja, quando os cristãos deixaram de celebrar nas casas e adquiriram uma casa específica para a celebração, houve uma preocupação com o átrio, com o lugar da acolhida. Não podemos reduzir a acolhida à entrega de folhetos nas portas das igrejas.

       Por falar em porta, pensemos nas portas de nossas igrejas. Elas representam o próprio Jesus que disse "Eu sou a porta" (Jo 10,7). A porta da igreja não pode ser uma porta comum, igual à porta das nossas casas. A maçaneta da porta deveria apresentar um detalhe religioso. Na porta deveríamos já encontrar algo que sinalize o batismo. O ideal seria uma fonte batismal, mas, se não a temos, é de fundamental importância que ofereçamos um sinal do batismo nas portas de nossas igrejas. Uma gota de água benta não expressa a profundidade do batismo e este, como ingresso na vida da Igreja.

       Para as imagens dos santos, qual seria o melhor lugar? As imagens dos santos nunca deveriam estar mais destacadas que a imagem de Cristo. O local mais apropriado para as imagens dos santos não é no presbitério, mas sim, ao lado da assembléia, nas paredes laterais, pois eles, os santos, também formaram assembléia, caminharam rumo a Cristo. Cuide-se para não multiplicarem-se imagens do mesmo santo e lembre-se que a igreja não é espaço para devoções particulares. Um oratório de devoção pessoal devo fazer em casa.

       Com relação ao espaço da assembléia, nossas construções deveriam ser pensadas a partir dos ministérios, para não continuarmos separando nave, onde está o povo, e presbitério, onde estão os atores da celebração. Não deve existir um culto do clero, que seja celebrado para que o povo dele participe passivamente, mas o culto da assembléia no qual todos rezam juntos. A assembléia não é uma massa estática de espectadores, mas uma reunião orgânica. A forma longitudinal da maioria de nossas igrejas deixa muitas vezes cada um sozinho no todo. O ideal seria o altar mais centralizado e a assembléia ao redor, onde possa haver intercâmbio, olho no olho.

       Cadeira do presidente deveria significar "aquele que serve". Quem deve ocupar a cadeira presidencial? Somente os padres? Os leigos podem sentar na cadeira presidencial durante a celebração da Palavra? As opiniões com relação a este assunto são diversas e polêmicas. No entanto, precisamos ter claro que não existe assembléia sem presidência. É uma cadeira presidencial e não cadeira do padre. Se a deixarmos vazia durante a Celebração da Palavra, corremos o risco de estarmos desmerecendo a celebração da Palavra e o presidente leigo. Localizar a cadeira presidencial junto ao povo é muito significativo, porém deve ser sempre destacada, pois o presidente age sempre em nome de Cristo Cabeça.

       No próximo mês continuaremos a reflexão sobre este tema com orientações sobre outros elementos que compõem o espaço celebrativo.